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O agachamento é, sem dúvida, um dos exercícios mais populares e eficientes para trabalhar a musculatura das pernas e dos glúteos, além de contribuir significativamente para o fortalecimento do core e para a manutenção de uma boa postura.
No entanto, muitos praticantes, sejam eles iniciantes ou frequentadores assíduos de academias, frequentemente se deparam com um questionamento: porque as pernas doem depois do agachamento?
Sentir dores musculares após uma sessão intensa de agachamentos pode ser um sinal natural de que os músculos foram desafiados e estão em processo de adaptação. Durante o exercício, as fibras musculares sofrem microlesões que, durante a recuperação, levam ao fortalecimento e ao crescimento muscular.
Contudo, uma dor exagerada e persistente pode indicar que aspectos importantes da técnica ou dos preparos pré e pós-treino não estão sendo respeitados.
Ao longo deste conteúdo, você encontrará explicações detalhadas dos processos fisiológicos, dicas práticas e recomendações que poderão ser incorporadas à sua rotina de treino, permitindo que a dor muitas vezes inevitável em fases iniciais se torne um indicador positivo de adaptação muscular, enquanto é controlada e minimizada com práticas corretas.
Se você já se perguntou se a dor no pós agachamento é normal ou se precisa de ajustes na sua estratégia de treino, este guia completo traz as respostas necessárias para que você possa continuar progredindo sem riscos e com o máximo de benefícios para a sua saúde e desempenho.
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Principais causas da dor nas pernas após o agachamento
A dor que você sente após realizar agachamentos pode ser atribuída a diversos fatores.
Compreender essas causas é essencial para não só ajustar a forma de treinar, mas também para prevenir desconfortos desnecessários e promover uma recuperação mais eficiente. Nesta seção, vamos discutir as principais causas:
1- Fadiga muscular e microlesões
Durante o agachamento, os músculos das pernas, especialmente os quadríceps, isquiotibiais e glúteos, são fortemente solicitados.
Essa intensa atividade provoca a fadiga muscular, um fenômeno natural que ocorre quando as fibras musculares, ao se contraírem repetidamente, começam a sentir os efeitos do esforço acumulado.
A fadiga surte efeito como um mecanismo protetor, sinalizando ao corpo que é hora de reduzir a intensidade ou parar um pouco para evitar danos maiores.
Quando os músculos se fatigam, eles acumulam subprodutos metabólicos, como o ácido lático, que contribuem para a sensação de queimação. Essa sensação, se moderada, é um sinal de que os músculos estão sendo estimulados, mas se se torna demasiado intensa, pode indicar que o corpo está sendo forçado além dos seus limites atuais.
Além da simples fadiga, o agachamento pode levar à formação de microlesões nas fibras musculares. Esse fenômeno é conhecido como dor muscular de início tardio (DOMS) e se caracteriza por pequenas rupturas que ocorrem durante a contração muscular intensa.
Embora essas microlesões pareçam desconfortáveis, elas são, na verdade, essenciais para o processo de reparação, que resulta no fortalecimento e no crescimento muscular.
O processo ocorre da seguinte maneira:
- Durante o exercício, as microlesões são causadas pela sobrecarga e pelo estresse mecânico aplicado às fibras musculares.
- Após o treinamento, o corpo inicia um processo inflamatório para reparar essas lesões. Essa fase de recuperação é acompanhada pela produção de novas proteínas e pelo fortalecimento das fibras musculares.
Essa adaptação é normal e, a longo prazo, contribui para a melhora do desempenho. No entanto, se as microlesões se acumularem sem um tempo adequado de recuperação, a dor pode se intensificar e os riscos de lesões maiores aumentam.
Uma leve dor e rigidez nas pernas que surgem 24 a 48 horas após o agachamento costumam ser normais e indicam que o processo adaptativo está ocorrendo.
Contudo, se a dor persistir por mais de uma semana, se tornar aguda ou estiver associada a inchaço e dificuldade de movimento, isso pode ser um sinal de lesão ou de um erro na execução do exercício, e é aconselhável buscar orientação profissional.
2- Execução incorreta do movimento

A qualidade da execução do agachamento é determinante para a eficiência do exercício e para evitar desconfortos desnecessários.
Erros na técnica podem dispersar o esforço e causar sobrecarga em áreas que não foram preparadas para suportar o estresse, contribuindo para a dor nas pernas e até em outras regiões, como a lombar e os joelhos.
Principais erros na execução:
- Hiperextensão de lombar: Um erro frequente, especialmente entre os iniciantes, é elevar excessivamente os quadris sem manter o core ativado. Essa ação pode levar à hipertensão de lombar, colocando excesso de pressão na região das costas e contribuindo para dores irradiadas. Como evitar: Concentre-se na contração dos glúteos e na ativação do core durante a elevação. Visualize seu corpo formando uma linha reta dos ombros até os joelhos no ponto de máxima contração.
- Desalinhamento dos joelhos: Se os joelhos se movem para dentro (valgo) ou para fora (varo) durante o agachamento, o ângulo de força não será o ideal, podendo levar a um esforço extra dos quadríceps. Esse desalinhamento pode causar dores laterais e até problemas articulares a longo prazo. Como evitar: Posicione os pés na largura dos ombros e mantenha os joelhos alinhados com os pés durante todo o movimento. Uma dica é focar em manter os joelhos apontando na mesma direção dos dedos dos pés.
- Amplitude de movimento inadequada: Tanto uma amplitude exagerada quanto insuficiente podem prejudicar o exercício. Se você não agachar profundamente o bastante, os músculos não serão completamente estimulados; se agachar demais, sem a mobilidade necessária, pode acabar sobrecarregando as articulações e os músculos de forma inadequada. Como evitar: Ajuste a profundidade do agachamento de acordo com a sua flexibilidade e capacidade de manter a técnica correta. Realize variações com apoio, se necessário, para aprimorar a amplitude de movimento progressivamente.
Ferramentas e estratégias para corrigir a técnica:
- Espelhos e gravações: Treinar em frente a um espelho ou gravar suas sessões pode ajudar na autocorreção. Observar os próprios movimentos permite identificar e corrigir desvios na técnica.
- Feedback profissional: A orientação de um educador físico pode acelerar o aprendizado da execução correta, corrigindo detalhes que você pode não perceber sozinho.
- Realização de exercícios auxiliares: Exercícios que fortalecem o core, os glúteos e melhoram a mobilidade dos quadris podem contribuir para uma execução mais precisa e reduzir o risco de dores.
3- Falta de aquecimento adequado

Um aquecimento eficaz é fundamental para preparar o corpo para o esforço intenso do agachamento e minimizar o risco de microlesões. Quando omitimos essa etapa, os músculos não estão prontos para a carga e podem sofrer estiramentos ou até pequenas rupturas.
Importância do aquecimento:
- Preparação muscular: O aquecimento eleva a temperatura dos músculos, aumentando sua elasticidade e tornando-os menos suscetíveis a lesões. Além disso, o aumento da circulação sanguínea garante que mais oxigênio e nutrientes cheguem aos tecidos, facilitando a contração e o alongamento muscular.
- Ativação das articulações: Movimentos de mobilidade e exercícios dinâmicos ajudam a lubrificar as articulações, preparando-as para suportar a amplitude de movimento requerida pelo agachamento.
- Ativação do sistema nervoso: Um aquecimento bem executado ativa o sistema nervoso central, melhorando a coordenação e o tempo de reação dos músculos, o que resulta em movimentos mais precisos e seguros.
Exemplos de aquecimento adequado:
- Atividade aeróbica leve: Realize uma caminhada rápida ou corrida estacionária por 5 a 10 minutos para elevar a frequência cardíaca e aumentar o fluxo sanguíneo.
- Exercícios de mobilidade: Rotação de quadril, flexões dinâmicas do joelho e alongamentos dinâmicos podem preparar as articulações e os músculos para o esforço.
- Mini agachamentos e movimentos funcionais: Praticar algumas repetições de agachamento sem carga ajuda a preparar o corpo, ativar os músculos correspondentes e revisar a técnica de forma leve.
Investir um tempo adequado no aquecimento pode fazer a diferença na performance do treino e reduzir significativamente o risco de dores e lesões após o exercício.
Como prevenir e aliviar a dor nas pernas
Agora que identificamos as principais causas de fadiga muscular, execução incorreta e falta de aquecimento, é hora de focar em como prevenir e aliviar a dor nas pernas que pode ocorrer após o agachamento.
Nesta seção, discutiremos técnicas de recuperação, a importância do alongamento pós-treino e a relevância da qualidade do sono e da nutrição.
1- Técnicas de recuperação muscular
A recuperação muscular é essencial para que os músculos se recuperem e se fortaleçam após um treino intenso. Adotar estratégias de recuperação adequadas pode não apenas reduzir a dor, mas também acelerar o processo de adaptação e melhorar o desempenho a longo prazo.
Liberação miofascial:
- Uso de foam roller: O foam roller é uma ferramenta eficaz para a liberação miofascial. Ao rolar as áreas mais tensionadas (como quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas), você ajuda a quebrar os pontos de tensão, melhorar a circulação e acelerar a remoção de resíduos metabólicos, aliviando a tensão muscular.
- Massagem: Uma massagem, seja realizada profissionalmente ou por meio de automassagem, pode reduzir o inchaço e a inflamação, além de suavizar as microlesões nas fibras musculares.
Terapia de calor e frio:
- Aplicação de calor: Um banho quente ou compressas térmicas podem relaxar os músculos, aumentar a circulação e proporcionar um alívio imediato da dor.
- Crioterapia: Em casos de inflamação aguda, a aplicação de gelo (por períodos de 15 a 20 minutos) pode ajudar a reduzir o inchaço e aliviar a sensação de dor, especialmente se feita logo após o treino.
Descanso e sono adequado:
- Intervalos entre os treinos: Permitir que os músculos se recuperem entre as sessões de treino é fundamental. Programar dias de descanso ou treinos com intensidade reduzida para os mesmos grupos musculares ajuda a evitar a sobrecarga.
- Sono de qualidade: O sono é o momento em que o corpo libera hormônios reparadores, como o hormônio do crescimento, essenciais para a recuperação dos tecidos musculares. Dormir de 7 a 9 horas por noite é ideal para que o processo de recuperação ocorra de forma eficaz.
Implementar essas técnicas de recuperação muscular ajudará a minimizar a dor e a melhorar a capacidade do corpo para se adaptar aos treinos.
2- Importância do alongamento pós treino
Realizar alongamentos logo após o treino é uma prática fundamental não só para a recuperação, mas também para a manutenção da flexibilidade e da mobilidade, além de auxiliar na prevenção de futuras lesões.
Benefícios do alongamento:
- Redução da tensão muscular: Alongar os músculos trabalhados permite que eles relaxem e retornem a um estado de repouso, diminuindo a rigidez que se instala após o exercício.
- Melhoria da circulação sanguínea: Alongamentos ajudam a aumentar o fluxo sanguíneo nas áreas frequentemente utilizadas, facilitando a remoção de resíduos metabólicos e contribuindo para uma recuperação mais rápida.
- Aumento da flexibilidade: Um alongamento regular garante maior amplitude de movimento, reduzindo o risco de contraturas e lesões musculares.
Após finalizar o agachamento, dedique de 5 a 10 minutos a exercícios de alongamento para os principais grupos musculares envolvidos, como quadríceps, isquiotibiais, panturrilhas e região lombar. Mantenha cada alongamento por 20 a 30 segundos e repita de 2 a 3 vezes.
3- Qualidade do sono e nutrição

A recuperação muscular depende não apenas das estratégias aplicadas durante e após os treinos, mas também do suporte que o corpo recebe através do sono e da alimentação.
Sono e recuperação:
- Importância do sono: Durante o sono, o corpo realiza processos essenciais de reparação e crescimento muscular. Um sono de qualidade ajuda a reduzir os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e a liberar hormônios anabólicos que aceleram a recuperação.
- Dicas para melhorar o sono: Crie uma rotina de sono regular, evite luzes fortes e dispositivos eletrônicos antes de dormir e mantenha o ambiente de sono silencioso e bem ventilado.
Nutrição para a recuperação:
- Proteínas: As proteínas são os blocos de construção dos músculos. Consumir alimentos ricos em proteínas (carnes magras, peixes, ovos, laticínios e leguminosas) ao longo do dia e especialmente no pós-treino é crucial para a reparação das microlesões.
- Carboidratos complexos: Eles fornecem energia sustentada e ajudam na reposição dos estoques de glicogênio. Opte por alimentos como aveia, batata-doce e arroz integral.
- Gorduras saudáveis e micronutrientes: As gorduras insaturadas, junto com vitaminas e minerais provenientes de frutas, verduras e legumes, são importantes para manter o equilíbrio hormonal e proteger as células contra danos oxidativos.
- Hidratação: A ingestão adequada de água é vital para manter todas as funções metabólicas e apoiar o transporte de nutrientes para os músculos. Beba água antes, durante e após os treinos.
Implementar uma estratégia combinada que inclua sono de qualidade e uma alimentação balanceada garantirá uma recuperação eficiente dos músculos, reduzindo a intensidade da dor e promovendo o crescimento e a adaptação muscular.
Considerações Finais
A dor nas pernas após o agachamento é um fenômeno multifatorial que pode ser explicado principalmente pela fadiga muscular e pelas microlesões, pela execução inadequada do movimento e pela falta de um aquecimento adequado.
Entretanto, quando esses fatores são controlados e acompanhados de boas práticas de recuperação, a dor se torna um sinal de que os músculos estão trabalhando, adaptando-se e se fortalecendo para esforços futuros.
É natural que, ao iniciar ou intensificar um treino de agachamento, você sinta algum grau de desconforto muscular. Esse processo é essencial para o crescimento e a melhoria do desempenho, mas deve ser acompanhado por uma abordagem cuidadosa e estratégica.
A implementação de técnicas de recuperação como a liberação miofascial e a utilização de terapias térmicas, bem como a importância do alongamento pós-treino e de um sono reparador, são fundamentais para minimizar esse desconforto.
Adicionalmente, uma nutrição adequada desempenha um papel crucial na otimização do processo de recuperação.
Consumir os nutrientes certos, na dosagem e no timing adequado, pode potencializar os mecanismos de adaptação e acelerar a regeneração muscular, resultando em um treino mais efetivo e menos doloroso.
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